Arcebispo da Paraíba acredita que novo papa Leão XIV vai dar continuidade ao pontificado de Francisco
08/05/2025
(Foto: Reprodução) A declaração foi feita por Dom Delson, durante um encontro com a imprensa que aconteceu na tarde desta quinta-feira (8), na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves Papa Leão XIV foi nomeado nesta quinta-feira (8)
Reprodução/Redes Sociais
O arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson, afirmou que ficou surpreso com a escolha do papa Leão XIV, mas disse acreditar que o novo pontífice vai dar continuidade ao papado de Francisco. A declaração foi dada em uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (8), na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa.
“Em primeiro lugar, alegria de acolher o novo papa, Leão XIV. O Espírito Santo mandou um papa que vai dar continuidade ao pontificado do papa Francisco e isso é uma coisa muito boa. A gente sempre espera que a Igreja não tenha interrupções, rupturas, mas sim continuidade", disse Dom Delson.
Dom Delson, da Arquidiocesa da Paraíba, durante entrevista na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves
TV Cabo Branco/Reprodução
Dom Delson disse ainda que o nome escolhido pelo novo papa lhe chamou a atenção, tendo em vista que a escolha é uma forma de deixar a vida passada e começar uma nova.
"Me chamou atenção a escolha do nome, Leão XIV, que tem uma relação com Leão XIII, um grande papa que iniciou na Igreja a preocupação com a doutrina social da igreja no momento da industrialização [...] A preocupação com o trabalho, o salário digno, justo e é isso que a igreja vem refletindo há tanto tempo", afirmou.
Papa norte-americano
Em relação ao fato do cardeal Robert Francis Prevost, agora papa Leão XIV, ser de origem norte-americana, Dom Delson conta que ficou surpreso, mas que acredita que isso pode desencadear mudanças positivas.
“Mesmo sendo um norte-americano, a sua experiência pastoral foi na América Latina, no Peru. E a preocupação pastoral da Igreja da América Latina coloca sempre o pobre como uma preocupação fundamental. [...] Me surpreendeu, mas eu conheço um pouco da pastoral da Igreja nos Estados Unidos e nesse tempo político, a voz de um norte-americano vai influenciar muito a Igreja, mesmo diante das questões atuais da política do presidente dos Estados Unidos, Trump, que realmente mexe com o mundo inteiro. Então teremos uma voz aí de um norte americano para dizer, ‘vamos com calma, vamos pensar melhor, vamos refletir juntos’", disse Dom Delson.
Dom Delson disse que, apesar de ter ficado surpreso, acredita que a escolha foi acertada, tendo em vista que "a Igreja é regida pelo Espírito Santo e não pelos homens".
“Ele [papa Leão XIV] conseguiu cativar seus pares cardeais, que o colocaram nessa missão. Eu acredito que muito disso teve a oração dos católicos, a oração das pessoas que têm fé, e da ação divina. A igreja é regida pelo Espírito Santo e não pelos homens. Então surpresas sempre vão acontecer durante o Conclave, em que se aposta nesse ou naquele, e de repente sai uma surpresa bonita como essa”, concluiu.
Quem é o novo papa Leão XIV
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Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.
Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.
Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.
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